-Em frente ao Colégio Prado-
Caíque: Deixa de ser sínica Samanta.
Samanta: Sínica, eu?!
Caíque: Eu é que não sou...
Samanta: Bem, eu vou embora que tenho coisa melhor pra fazer
do que ficar aqui, perdendo tempo com você!
-Casa de Rebeca-
Sarah: Isso precisa de uma faxina geral!
Rebeca: To fora...
Sarah: Nada disso, você vai me ajudar.
Laurinha: E eu?
Sarah: Vai brincar lá fora.
Rebeca: Por que eu ajudo você e ela se diverte?
Sarah: Ela é uma criança.
Rebeca: Mãe, ela já tem doze anos!
Sarah: Segundo o estatuto da criança e do adolescente, se
considera criança quem tem até doze anos.
Rebeca: Eu não fui criança até essa idade! Com doze anos eu
já fazia faxina pra você.
Laurinha: Acontece que eu não sou você.
Sarah: Vai brincar logo, antes que eu mude de ideia e você
vai ter que ajudar também.
Laurinha: To indo!
-Na casa de Larissa. Quarto-
Larissa: O que ta fazendo no meu quarto?
Andressa: Te esperando chegar.
Larissa: Ta bem, já cheguei... Agora, pode se retirar, por
favor?
Andressa: Não, porque precisamos conversar.
Larissa: Eu não tenho nada pra conversar com você!
Andressa: Mas eu tenho.
Larissa: Então desenrola logo que to sem tempo pra gente
metida.
Andressa: Você não pode falar assim de mim.
Larissa: Se toca você é que não tem direito de invadir meu
quarto desse jeito.
Andressa: Se você tanto quer, eu me retiro. Mas se lembre
você não é só mais uma garotinha pobre, você é muito rica, muito mesmo.
(Andressa sai do quarto)
Larissa: Quem ela pensa que é?
-Anoitece, no galpão-
Erich: Você veio.
Samanta: Não, imagina... Ainda to lá em casa, o que você ta
vendo é só uma miragem!
Erich: Eu te amo.
Samanta: Você sabe muito bem que eu detesto romance, então
para de ser tão doce.
Erich: Toda garota gosta disso.
Samanta: Acontece que eu não sou “toda garota”!
Erich: Você ta pronta?
Samanta: Acho que estou.
(Os dois se beijam, se amassam, depois Erich tira a camisa)
Samanta: O que ta fazendo?
Erich: Você sabe.
Samanta: Ficou louco?
Erich: Se não queria por que veio?
Samanta: Você me disse que queria ter a nossa primeira
noite, não citou detalhes.
Erich: Eu te acho grande o suficiente pra ter entendido o
que eu disse.
Samanta: Eu sei, mas eu quero que seja espontâneo, bem
natural, mas não hoje, não agora.
Erich: Então agora você vai amarelar? Bancar a mocinha?
Samanta: Você vai mesmo me julgar assim?
Erich: Pois você está me dando motivo de sobra pra isso!
-Dia seguinte, casa da Rebeca pela manhã-
Rebeca: Eu tenho mesmo que ir pra escola hoje?
Bryan: Sim, ou quer perder mais dias de aula?
Rebeca: É que eu ainda nem tenho amigos aqui.
Sarah: E se ficar trancada dentro de casa, não vai mesmo
fazer amizades.
Rebeca: Será que eles vão aceitar uma pessoa pobre como eu
num colégio desses, cheio de gente rica?
Bryan: Para com isso, e vai logo pro colégio. Não é legal se
atrasar no primeiro dia.
Rebeca: Ok...
-No colégio Prado, alguns minutos depois-
(Rebeca chega e fica admirada com o tamanho do lugar, ela
sorri e entra no colégio, todos olham para ela, coisa normal para uma pessoa
novata)
“O que será que eles estão olhando? Será que é a minha roupa? Minhas unhas? Ou o meu cabelo? Ai meu Deus, tenho que achar logo a minha classe.”
(Caíque chega)
Caíque: Parece perdida.
Rebeca: Não só pareço, eu estou perdida. Esse lugar é muito
grande. Prazer, sou Rebeca.
Caíque: Então você é a novata pobre?
Rebeca: Sim, sou eu, mas você me veio com gentileza, não
esperava que se referi-se a mim dessa forma...
Caíque: Olha aqui, sua suburbana, você sabe com quem está
falando?
Rebeca: Não, até porque você nem me disse o seu nome.
Caíque: Eu sou o filho do diretor do colégio, e pessoas
pobres, assim como você, deveriam manter distancia desse lugar.
Rebeca: Se a minha presença te incomoda tanto assim, é
melhor eu tentar encontrar a classe sozinha, porque já percebi que você não vai
me ajudar.
Caíque: Sim, eu vou te ajudar?
Rebeca: Jura?
Caíque: Eu vou te ajudar a encontrar o caminho da sua casa e
te trancar lá, pra nunca mais voltar nesse colégio!
(Larissa chega)
Larissa: Fazendo de novo Caíque? Você não se enxerga
mesmo...
Caíque: O que você tem haver comigo?
Larissa: Eu achava que éramos amigos! Menina, você vem
comigo... Não liga pra ele não.
(Larissa puxa Rebeca pelo braço e as duas saem andando)
Caíque: Quando a Larissa vai largar desse jeito de gente
pobre?!
-Na quadra do colégio, algum tempo depois-
Samanta: É estranho sempre te encontrar no mesmo lugar.
Erich: Que mal tem, se aqui é o melhor local do colégio?
Samanta: Sabe que mal tem? Eu não aguento ficar sem conhecer
lugar novo.
Erich: Quer fugir do colégio?
Samanta: Não, por quê?
Erich: Porque aqui dentro você já conhece tudo!
-Na diretoria-
Eloisio: Então é isso, vou deixar vocês conversarem um pouco
com a filha de vocês.
(Eloisio sai da sala)
Rebeca: Eu nunca vou me acostumar com esse lugar, eu juro!
Sarah: E por que não?
Rebeca: Eu mal coloquei os pés aqui dentro e já fui
humilhada pelo filho do diretor!
Bryan: Ignore pessoas assim minha filha, você tem muito a
dar.
Rebeca: Mas não tenho muito a receber.
Sarah: Filha, vá pra sala de aula, eu e seu pai temos que
fazer entrevista em uma empresa.
Rebeca: Boa sorte pra vocês.
Bryan: Pra você também.
-Na quadra do colégio-
Samanta: Vamos ficar um pouco na biblioteca?
Erich: Ficou louca?
Samanta: Não tem ninguém lá, vamos ter mais privacidade.
(Erich diz que não com a cabeça e sai andando. Ele chega à
ala das salas e vai andando pelo corredor, mais a frente está Rebeca, distraída
olhando o mapa do colégio para encontrar sua classe. Erich não a vê e esbarra
na garota, Rebeca se assusta e ao olhar para Erich ela suspira, os dois ficam
se olhando fixamente)
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